segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fronteiras - Semi Árido Piauiense Secas, falta e mau uso da água

A inércia política agrava a crise da água. Esta crise mundial nos próximos anos será cobrada em proporções sem precedentes e aumentará a crescente escassez por falta de água nos inúmeros países subdesenvolvidos.
Miguel Ângelo Pereira Sobreira


Fronteiras/Brasil / Meio Ambiente A humanidade está cada vez mais preocupada com a deterioração que sofre o planeta, pela falta de responsabilidade de muitos na utilização de suas riquezas naturais em função da saúde, da sobrevivência. Há muitos países que não souberam avaliar o que representa o cuidado e o uso adequado da água; é desperdiçada, contaminada, e os efeitos a longo prazo são fatais já que é um elemento determinante em nossa vida. Há nações que têm problemas com a água, com sua escassez, além dos grandes períodos de secas e da deterioração das grandes florestas.
Comentou-se muito, como relata o portal "proyectopv.org", que a seca provoca efeitos devastadores nos países que a sofrem. Atualmente, muitos têm menos água do que precisam. No início do próximo século, um terço das nações terá escassez de água de modo permanente. A primavera é cada vez mais pobre como conseqüência da derrubada das florestas e da mudança climática. Os lagos subterrâneos, que datam de tempos pré-históricos, estão se esgotando rapidamente.
Destacamos também que o ser humano considera o solo, que normalmente chama terra, como algo morto, onde pode colocar, acumular ou jogar qualquer produto sólido ou liquido que já não é mais útil ou que sabe perfeitamente é tóxico. A humanidade obtém a maior quantidade de água dos rios, mas quase todos se encontram inservíveis por causa da contaminação.A água de mar dessalinizada é uma fonte potencial, mesmo que o custo do processo seja dez vezes maior.
A inércia política agrava a crise da água. A crise mundial deste elemento nos próximos anos será cobrado em proporções sem precedentes e aumentará a crescente escassez por falta de água nas regiões carentes dos inúmeros países subdesenvolvidos. Os recursos hídricos diminuirão continuamente por causa do crescimento da população, da contaminação e da mudança climática.
É válido quando se destaca que a falta de consciência sobre a magnitude do problema, a inércia dos dirigentes e as atitudes e condutas inapropriadas, explicam a deterioração progressiva da situação e a razão porque não se adotam as medidas necessárias. Em meados deste século bilhões de pessoas sofrerão escassez de água em todo mundo. Calcula-se que 20% do aumento e da escassez mundial serão devidos à mudança climática. Nas zonas úmidas é bem provável que as precipitações aumentem, enquanto em muitas zonas propensas à seca e, inclusive em algumas regiões tropicais e subtropicais, diminuirão e serão mais irregulares. A qualidade da água piorará com a elevação de sua temperatura e com o aumento dos índices de contaminação. Já nos últimos anos tornou-se evidente uma importante diminuição na sua qualidade. E os mais afetados continuam sendo os pobres, já que 50% da população dos países subdesenvolvidos está exposta ao perigo que representam as fontes de água contaminada.
Não nos surpreende, portanto, como indica o portal de ecologia "ecoportal.net", que em 2017, de acordo com a ONU, cerca de 70% da população global terão problemas para ter acesso à água doce. E em 2025, aproximadamente 40% viverão em regiões onde a água escasseará.
Mas enquanto os políticos, autoridades públicas e líderes da indústria discutem na Semana Mundial da Água, que está sendo realizado na Suécia, como melhorar o acesso à água e frear a fome que provoca nas nações pobres.
As advertências feitas por diferentes países mostram que a falta de água não é um problema futuro.
Muito interessante e significativo são os dados que indicam que cerca da metade dos distritos da Índia está sofrendo uma seca que poderia afetar a produção de arroz. A temporada das monções trouxe menos chuva (29% ) que o habitual, o que poderia reduzir a produção deste grão em 10 milhões de toneladas.
As chuvas das monções são críticas para o futuro da produção agrícola, que representa a sexta parte do que o país produz. Enquanto em Andhra Pradesh, um dos estados afetados, a polícia investiga o suicídio de 20 camponeses cujas mortes podem estar relacionadas com a falta de água.
Destacam que no Quênia, na África, a seca já está gerando escassez de alimentos nas regiões semiáridas do sudeste e no centro do país.
O correspondente da BBC na África Oriental, Will Ross, comenta que as colheitas não foram boas e os camponeses lutam para manterem seus animais vivos.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU, "as pessoas estão dizendo que é a pior seca desde 2000".
Relatórios indicam que muitos camponeses começaram a abandonar as zonas rurais –onde sobrevivem graças à ajuda humanitária– para mudar-se para as já congestionadas favelas das cidades.
Chama atenção, como destaca o portal de ecologia "ecoportal.net", que as chuvas deste verão no México serão inferiores à média histórica, o que provocará seca muito parecida às secas de 1982 e 1997, de acordo com as fontes oficiais.
De acordo com as informações da coordenação geral do Serviço Meteorológico Nacional (SMN), julho foi o segundo mês com menos chuvas no território nacional em 58 anos. Até agora o nível das represas está com uma média de 60% , embora algumas já estejam vazias e as do sistema Cutzamala, que abastece o vale do México, estão com 42%.
Por sua vez, na Guatemala os camponeses perderam até 80% da safra de milho e na capital vários relatórios indicam que pelo menos 60 pessoas foram diagnosticadas com desnutrição e 17 morreram.
Especialistas indicam que a seca que está afetando a América Latina se deve à presença do fenômeno meteorológico conhecido como El Niño, que ocorrre quando aumenta a temperatura das águas superficiais do Pacífico Central. A Organização Meteorológica Mundial advertiu que emborao fenômeno El Niño esteja fraco, este ano, poderia desencadear padrões climáticos anormais em muitas regiões, provocando chuvas em algumas regiões e secas em outras.
Considera-se muito a contribuição do portal "proyectopv.org": no mundo há mais de 2,2 milhões de pessoas que morrem anualmente, devido às doenças causadas pela água potável contaminada e pelo saneamento deficiente. Uma grande parte dessas mortes se deve às doenças causadas pela água. Aproximadamente um milhão de pessoas morrem anualmente de malária e mais de 200 milhões sofrem de esquistossomose, uma doença conhecida também como bilharziose. Todas estas terríveis desgraças, bem como os sofrimentos e perdas envolvidas, podem ser evitadas.
Atualmente a indústria utiliza 22% da água consumida no mundo. Nos países ricos essa porcentagem sobe para 59%, enquanto nos países pobres chega somente a 8%. Em 2025 essa proporção atingirá 24%. Calcula-se que nesse momento serão gastos 1.170 m³. de água anual para uso industrial. Outro aspecto a ser considerado é quando se indica que também existe o risco de se privatizar a produção de água potável, sua distribuição e preço. Nesta situação os pobres é que sofrerão mais, pois têm menos acesso ao abastecimento de água e devem pagar proporcionalmente mais por ela. Por exemplo, em Nova Delhi, Índia, a água é vendida aos pobres por 4,89 dólares por metro cúbico, enquanto as famílias que possuem água corrente domiciliar pagam somente 0,01 dólares pela mesma quantidade. Em Vientiane, República Democrática Popular Lao, os vendedores cobram 14,68 dólares por metro cúbico, enquanto a tarifa municipal é somente de 0,11 dólares. A população pobre que vive essa situação nas cidades é a primeira vítima das afecções causadas pela falta de saneamentos, pelas inundações e, inclusive, por doenças provocadas pela água como a malária, que se tornou uma das principais causas de morte em muitas áreas urbanas.
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Miguel Ângelo P. Sobreira. Farmacêutico/Bioquímico (URNe-PB), Pós Graduado em Extensão de Ensino (UFPI-PI), Especialista em  Imunohematologia Laboratorial(SENAC-SP), Especializando em Análises Clínicas (Cathedral / I-BRAS – PR).

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