Por Raquel Sodré
De sentir-se mal com a digestão de carne até motivos filosóficos, são
várias as causas que levam as pessoas a se tornarem vegetarianas.
Outras vão mais a fundo e resolvem eliminar qualquer alimento de origem
animal – incluindo ovos, leite e derivados e até mel! Para eles, que têm
uma dieta restritiva, ficar de olho em rótulos e composições químicas
dos alimentos é algo fundamental. O problema é quando os rótulos não são
tão claros assim, ou quando os fabricantes têm algum ingrediente
secreto de origem animal. Recentemente, o McDonald’s revelou do que são
compostas suas batatinhas. Para surpresa geral, um dos 19 (!!!)
ingredientes é “saborizante natural de carne”. Para não ser enganado por
outras comidas supostamente veggie/vegan mas que contêm componentes de
origem animal, trazemos uma lista com alimentos em que você deve ficar
de olho:
8) Maçãs
Sabe aquela maçã linda e brilhosa que você compra no sacolão ou no
supermercado? Já sentiu que ela vem meio encerada? Pois vem mesmo. As
maçãs produzem uma cera natural que retém a umidade da fruta. Depois de
serem colhidas, elas são lavadas, e essa lavagem também remove a cera
natural. Então, elas são cobertas com uma outra cera, que pode ser feita
à base de carnaúba, candelilha ou de goma-laca. Esta última é um
subproduto de uma resina fabricada por um besourinho que vive na região
da Índia e da Tailândia. Quem não come mel de abelha também não vai
querer comer uma resina feita por um besourinho, certo? Infelizmente, os
distribuidores de maçãs não costumam ser específicos sobre o tipo de
cera utilizado (muitas vezes, aliás, eles nem sabem qual cera o produtor
usou). A melhor forma de se precaver, nesse caso, é comprar as maçãs
diretamente de um produtor local, de quem você vai poder consumir o
fruto antes dele ser encerado.
7) Batatas fritas
Para ficarem macias por dentro e crocantes por fora, as batatinhas
fritas – aquelas compradas congeladas no supermercado – passam por um
complexo processo que envolve alguns químicos. Uma dessas substâncias
pode ser gordura bovina. Antes de serem congeladas, as batatas são
pré-fritas, algumas vezes, em banha (apesar de os fornecedores jurarem
de pés juntos que só usam óleo vegetal). Para ter certeza de que as
batatas que você consome são 100% vegan friendly, é melhor
fazer uma pesquisa dos ingredientes – ou comprar as batatas in natura no
sacolão, cortá-las e fritá-las em óleo quente.
6) Comidas vermelhas
Gelatinas, balas, pirulitos, balas de goma e até aquele suculento
bolo red velvet podem conter traços de animal. Isso porque o corante de
alimentos E120, também conhecido como carmim, ácido carmínico ou
vermelho natural #4 é extraído do exoesqueleto da fêmea da cochonilha,
um inseto. Esse corante, por não ser tóxico, também é usado em batons,
roupas e até em cápsulas de remédios (estamos perdidos!). Se uma
embalagem trouxer a mensagem de que o produto é feito com “corantes
naturais”, você já pode desconfiar que ele é feito das fêmeas dos
besourinhos, já que os demais corantes vermelhos são feitos
sinteticamente.
5) Sorvete
Mesmo quem é somente vegetariano – e não vegano – deve tomar cuidado
com o sorvete que compra. Muitas receitas contêm um ácido derivado de
gorduras animais conhecido como ácido caprílico ou ácido decanoico.
Outro ingrediente que pode ter origem animal e ser usado em sorvetes é a
gelatina, apesar de ser mais raro. Já banha é um ingrediente comum nas
receitas. Por sorte, o mercado brasileiro começou a contar, de uns anos
para cá, com os sorvetes de soja. Há também os sorbets, que têm base de
água. E você sempre pode fazer o seu próprio sorvete em casa e não se preocupar com nada disso!
4) Açúcar branco
O processo de refino do açúcar de cana – o tipo, de longe, mais
consumido no Brasil – inclui uma passagem do produto por um tipo de
carvão que pode ser feito de ossos. Se, por um lado, não fica nenhum
traço do tal carvão no açúcar em si, o fato é que o processo não é veggie friendly.
Ou seja, é algo que deveria ser evitado por vegetarianos e veganos. Há
um processo mais moderno para esse refino, então é bom entrar em contato
com o SAC do fabricante e se informar sobre o processo pelo qual o
açúcar passa. Como alternativa, há o açúcar de beterraba e também o
mascavo, que não passam por esse refino.
3) Queijo
Apesar de ser uma boa fonte de proteínas e cálcio para os
vegetarianos, é preciso ficar atento ao tipo de queijo ingerido, pois
nem todos eles são totalmente vegetarianos. Alguns tipos, como o Grana
Padano, Parmesão e Gorgonzola, são feitos com coalho, enzima que separa o
soro da gordura. O problema é que esse coalho é retirado do estômago de
novilhos abatidos. Por serem Denominação de Origem Controlada (DOC) e
terem que obedecer a uma receita rígida, os queijos acima precisam levar
esse ingrediente.
Pois bem. No mercado, existem outros queijos, muito parecidos com
esses aí acima, mas que não seguem essas especificações. Portanto, eles
não podem ser chamados de Gorgonzola, Grana ou Parmesão (porque eles não
têm o certificado de qualidade). Assim, eles são queijos tipo
gorgonzola, ou tipo grana padano, ou tipo parmesão. Esses queijos podem
ser vegetarianos e levam uma levedura de origem vegetal, microbiana ou
de fungos.
2) Bebidas alcoólicas
Vegetarianos e veganos que não dispensam um barzinho com os amigos
devem ficar de olho! O processo de filtragem da cerveja pode ser feito
com produtos que derivam das bexigas natatórias dos peixes, dos
caranguejos ou com gelatina (derivada de tutano de boi). Esses produtos
coletam as leveduras e clareiam a cerveja para que ela não fique meio
leitosa. Normalmente, esses produtos não ficam na bebida, mas é o mesmo
caso do açúcar, que tem um processo não vegano ou vegetariano.
Outra bebida que pode conter traços de animais é o vinho, pois os
mesmos produtos citados anteriormente podem ser usados para remover os
taninos. A boa notícia para os amantes do vinho é que, agora, a maioria
dessas bebidas já não é mais produzida com esses derivados de animais.
Na gringa, o site www.barnivore.com te permite verificar se a bebida que você está tomando é ou não vegana.
1) Iogurte
Também fonte de proteínas, cálcio e probióticos para vegetarianos, os
iogurtes merecem um pontinho de atenção. Como os queijos, eles podem
ser feitos com gelatina de origem animal. Os vermelhos ou cor-de-rosa –
como os de morango, por exemplo – podem levar o tal corante feito de
cochonilha. Uma boa alternativa é fazer seu próprio iogurte em casa, que sai mais barato e você ainda controla a origem dos ingredientes que está usando.
Fonte: TopTenz
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