terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

JOVENS USAM DROGA (METADOXIL) PARA TENTAR ENGANAR O BAFÔMETRO

JOVENS USAM DROGA PARA TENTAR ENGANAR O BAFÔMETRO
04/10/2008
Sem receita, droga para alteração hepática pode ser prejudicial ao rim. Contrariados pela Lei Seca, jovens das metrópoles inventaram um jeito de tentar driblar o bafômetro. Uma vitamina usada para tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda é encarada como a "pílula mágica" para escapar da blitz. Só que o maior golpe desse novo "jeitinho brasileiro" é na saúde. Se utilizado em excesso e sem indicação, o remédio pode provocar até um colapso renal. E médicos alertam: todo o esforço é em vão, já que o medicamento não anula a taxa de álcool no sangue. O Metadoxil, derivado da vitamina B6, tem tarja vermelha, portanto, deveria ser vendido apenas sob prescrição médica. É indicado para o tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda e crônica; tratamento de fígado gorduroso e hepatite alcoólica; além de completar protocolos terapêuticos para desmame, período em que o dependente diminui a ingestão de álcool, e contra a intoxicação aguda. A droga atua no metabolismo do álcool, acelerando a sua degradação por meio do aumento da atividade de determinadas enzimas. Sérgio Seibel, coordenador técnico de um centro de atenção psico-social para dependentes de álcool e outras drogas da Secretaria de Saúde de SP, explica que a vitamina B6 é envolvida no metabolismo de açúcares, aminoácidos e gorduras, mas "não é capaz de enganar o bafômetro": - Isso é um mito que está sendo espalhado. Esse remédio é usado num tratamento para dependentes de álcool com má nutrição. O médico alerta que o uso prolongado de uma super dose diária pode sobrecarregar o rim. O Metadoxil pode ainda causar erupções na pele e transtornos gástricos. - Pode interferir principalmente se a pessoa já estiver tomando outro medicamento. Pode proporcionar algum tipo de interação medicamentosa gerando conseqüências severas - acrescenta Amouni Mohmoud Mourad, farmacêutica assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo.

ELIMINAÇÃO LENTA - Quando ingere-se bebidas alcoólicas, a maior parte do etanol é absorvida rapidamente pelo intestino delgado e lançada na corrente sangüínea, para depois ser metabolizada no fígado. Somente 2% do total absorvido são excretados no ar expirado, saliva, suor e urina. - O processo de eliminação do álcool é lento. Num indivíduo que tenha atingido uma taxa de alcoolemia no sangue de 2,00g/l à 1h da manhã, só às 21h o organismo eliminou completamente o álcool no sangue. O processo não pode ser apressado por nenhum meio e tampouco é possível eliminar os efeitos do álcool - reforça Amouni. Existem, contudo, substâncias e fatores que perturbam a eliminação - atrasando as funções normais do fígado ou potencializando o seu efeito nocivo - como café, chá, tabaco, certos medicamentos e a fadiga. - Cristine Gerk - 
Fonte: Jornal do Brasil

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